O setor de turismo e viagens já pode ser considerado o que mais foi prejudicado pela pandemia do Covid-19, não a toa, diversas empresas, a fim de enxugarem os gastos e sobreviverem à crise financeira, estão reduzindo o quadro de funcionários dando licenças de até 6 meses sem remuneração e, em alguns casos até demitindo seus trabalhadores.
Foi exatamente isso que aconteceu na última semana com a startup mineira MaxMilhas, que precisou demitir 167 empregados, o equivalente a 42% da sua equipe.
A perda potencial de receitas neste ano para aéreas do mundo todo seria de cerca de US$ 113 bilhões, segundo a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), e em artigo na rede social LinkedIn, o fundador Max Oliveira lamentou: “Hoje, certamente, é um dos dias mais difíceis da minha vida. Tivemos que desligar uma parte significativa desse time. Eu sei muito bem que esse momento é doloroso para todos: quem sai, quem fica e, claro, para mim”.
Outras Medidas Para Reduzir o Impacto
No mercado há sete anos, a Max Milhas sobreviveu sem captações externas, graças a “um time realmente excepcional com capacidade de execução sem precedentes”, disse Oliveira no texto.
“Peço minhas sinceras desculpas. Fomos pegos por um cenário avassalador, principalmente para o setor de turismo. Vimos as companhias aéreas reduzirem as operações em 90% e o cancelamento das viagens no Brasil chegar a 85%. As forças externas foram maiores do que minha capacidade humana e esforço para tentar evitar os impactos no nosso time”. Afirmou Oliveira
Por conta disso, o empresário vai fazer de tudo para oferecer alguma ajuda a estes profissionais que foram desligados e já está estudando a possibilidade de minimizar o impacto oferecendo auxílio de custo, manutenção do plano de saúde e ajuda na recolocação criando uma lista de profissionais à disposição no mercado.
Atendimento ao Cliente
Sobre o atendimento ao cliente, a empresa reafirmou que os cortes não refletirão qualquer impacto para os passageiros e que vai continuar oferecendo serviços de qualidade para os destinos escolhidos e atendendo os clientes normalmente, através dos seus canais exclusivos.
“Para os nossos clientes, nada muda. Desde o início da pandemia, mesmo trabalhando remotamente, nossos esforços foram direcionados para o apoio ao cliente. Aceleramos a automatização de processos no site, focamos em canais exclusivos de atendimento e seguimos atendendo aos pedidos de cancelamentos e remarcações de passagens de forma ágil”.
“Acreditamos que este momento difícil vai passar e seguimos prontos para continuar tornando possíveis novas viagens e experiências”, finalizou a startup mineira.
Auxílio do Governo
O ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, entregou nas mãos do ministro da Economia, Paulo Guedes, na presença do presidente da República, Jair Bolsonaro, no Palácio do Planalto, a proposta de Medida Provisória que estabelece um conjunto de ações para auxiliar o setor a reduzir suas perdas durante o período de pandemia.
“Todos os esforços do governo federal neste momento são para salvar as vidas dos brasileiros, mas precisamos cuidar para que esse setor, que é responsável por milhares de empregos no país, se torne sustentável após esse período de crise. E é para isso que estamos trabalhando: garantir que, passada essa tormenta, possamos seguir a vocação do turismo de geração de emprego e renda para nossa população”, afirmou o ministro.
Veja as principais medidas da Medida Provisória
Não obrigatoriedade de reembolso de valores de artistas já contratados que forem impactados pelo cancelamento de eventos
A suspensão dos contratos dispensa acordo ou convenção coletiva de trabalho mas, será assegurado a esses empregados o acesso ao seguro desemprego durante o período que perdurar a pandemia.
Os prestadores de serviços turísticos não terão obrigação do reembolso de valores. No entanto, o consumidor terá o direito de remarcar – reservas e eventos cancelados – para uma nova data dentro do período de até doze meses após o fim da pandemia.
“Em um momento de crise como este, precisamos trabalhar para que as perdas não sejam ainda maiores. É preciso pensar no depois também, e esse conjunto de medidas é sobre garantir o futuro de nosso setor”, concluiu o ministro.