Um dos setores da economia que mais sentiu o impacto da pandemia do novo coronavírus foi a aviação nacional.
Para se ter ideia, a redução de movimentação, em média, foi de 93% do tráfego, incluindo voos nacionais e internacionais, com cerca de 400 aviões de médio e grande porte em solo no país. Mas o mês de dezembro se inicia com uma expectativa de recuperação de 80% da atividade em relação ao mesmo período do ano passado, impulsionado pela temporada de verão.
No último feriado de finados, os aeroportos brasileiros já tiveram uma movimentação de cerca de um milhão de pessoas, um número 40% maior que o registrado no feriado do dia 12 de novembro. O crescimento é significativo, pois no auge da pandemia, o mercado doméstico nacional registrou uma queda de 2.500 voos por dia, em média, para menos de 200.
“São números impressionantes se nós olharmos para outros países, especialmente da América do Sul, América Latina e Caribe. Alguns aeroportos, inclusive, devem performar mais do que 80% pela natureza de hub que têm”, observou Ronei Glanzmann, secretário nacional de Aviação Civil, durante o 2º Seminário de Competitividade do Setor de Infraestrutura, promovido pelo Ministério da Infraestrutura.
Recuperação interna até abril
O governo trabalha com projeções otimistas de atividade nos aeroportos nacionais muito próximos ao período pré-pandemia. Essas avaliações são puxadas pela crescente procura por voos nacionais. “Entendemos que o mercado brasileiro doméstico já vai atingir os níveis pré-pandemia, ou seja, os valores observados em 2019, em torno de março e abril”, projetou Dany Oliveira, diretor da Associação Internacional de Transporte Aéreo no Brasil (IATA).
Tem se observado desde o afrouxamento das restrições de quarentena por todo o país que alguns destinos nacionais, como o nordeste ou as principais cidades brasileiras, São Paulo e Rio de Janeiro, têm sido os mais procurados pelos consumidores, que têm aproveitado as férias de fim de ano ou feriados para executar viagens que não puderam fazer pelas medidas mais severas adotadas durante o período de lockdown.
Apesar disso, o governo salienta que as viagens nacionais e o crescimento da movimentação nos aeroportos nacionais têm seguido os protocolos de biossegurança, o que marcou, de forma definitiva, um diferencial para a retomada e recuperação do setor.
Viagens internacionais seguem em baixa
O mesmo não se pode dizer dos voos internacionais. Muitos países pelo mundo vêm convivendo com a chamada segunda onda da pandemia do novo coronavírus e voltaram a adotar medidas restritivas, inclusive o fechamento de fronteiras, para evitar um surto da doença.
Além disso, em outras nações, existe ainda a adoção de outras medidas aos viajantes, como a obrigatoriedade de testes negativos para o novo coronavírus ou a aplicação da quarentena de até 15 dias. Outro fato determinante é o aspecto econômico, com o dólar e o euro em disparada em relação ao real, o que afasta os viajantes de destinos tradicionais dos brasileiros.
“Dependemos da abertura de outros mercados, principalmente o norte-americano, europeu e latino-americano. Os países ainda estão com algumas restrições e nós precisamos dessa abertura para que haja a retomada”, disse Ronei Glanzmann, secretário nacional de Aviação Civil.
Proteção do turismo nacional
No início do mês de novembro, o governo federal estabeleceu um pacto nacional para a retomada do turismo, que envolve 32 instituições do poder público, iniciativa privada, terceiro setor e Sistema S, coordenada pelo Ministério do Turismo. Dentre as iniciativas está o reforço na concessão de linhas de crédito para capitalizar empresas do setor e preservar empregos, e também obras de infraestrutura para destinos turísticos no país.
“Atuamos junto a área econômica do governo para garantia dos salários e jornadas de trabalho. Também agimos na regulamentação das relações de consumo no segmento. E, ainda, garantimos R$ 5 bilhões em empréstimos por meio do Fundo Geral do Turismo (Fungetur)”, apontou Marcelo Álvaro Antônio, ministro do Turismo, elencando as iniciativas tomadas pelo governo.
Protocolos contra o novo coronavírus
A Agência Nacional de Aviação, a ANAC, estipulou medidas para a proteção de passageiros e funcionários contra o novo coronavírus. As recomendações incluem a utilização de máscara durante toda a viagem e nos aeroportos. Todos devem usar máscaras e já chegar no aeroporto com a proteção, que pode ser de pano.
Outra recomendação é que o passageiro faça o check-in pela internet. Caso seja necessário realizar no aeroporto, o distanciamento social deve ser observado, mantendo até 2 metros entre passageiros que precisam de atendimento físico.
O álcool em gel é outro item obrigatório, mas há especificações. Para viagens nacionais, o transporte na bagagem de mão é limitado a não mais do que 500 ml e com o fechamento em perfeito estado para prevenir a liberação do conteúdo. No caso de voos internacionais, os frascos de álcool em gel devem ser de plástico transparente e com capacidade máxima de 100ml.